Dei-lhe um beijo.
Daqueles que vêm tão de dentro, tão intencionais, tão emocionais… carregado da esperança de que permaneça indelével na sua pele, no seu coração; no desejo que ecoe muito para lá da minha presença, da minha existência.
Não me apetecia palavras.
Intui entregar-lhas:
«Adoro-te, filho.»
«Obrigada, mamãaaaaa» num sorriso rasgado.
Inquietei-me. Amedrontei-me.
«Sabes que te amo, não sabes?»
«Claro que sei.»
O alívio.
«Como é que sabes?»
«Porque tu dizes todos os dias»
O arrepio. A dúvida.
«E se eu não te dissesse?»
«Se não dissesses, não sabia.»
O horror. A angústia.
«Não sentes o quanto eu te amo? O quanto eu gosto de ti?» «Claro que não.» - a estocada final!? - «Eu só sinto o quanto EU gosto de TI. Não consigo sentir o que TU sentes, só o que EU sinto. Por isso é que fico tãoooo felizzzzzz, quando dizes que gostas de miiimmmmm».
Os braços pequeninos a apertarem-me com quanta força têm.
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