«estou a C@#@% para o que os outros pensam»
totalmente impossível,
verdadeiramente necessário
sempre que tomamos decisões e empreendemos mudanças, não temos unanimidade. nunca teremos.
se a conseguirmos dentro de nós, festejemos e honremos esse alinhamento. é segui-lo. desfrutá-lo.
pode acontecer sermos apenas nós a celebrá-lo. ainda assim, é seguir. na terra dos nossos sonhos não há espaço para assembleias, democracias e maiorias. no território da intuição, a linguagem é interna, o código pessoal e intransmissível.
quando uma decisão vibra em cada célula do teu corpo, em cada batida do teu coração, segue, não olhes para trás. se conseguiste a tua unanimidade, excelente. se não conseguiste e ainda assim sabes que, agora, é esse o teu caminho, o teu sentido… segue. não olhes para trás.
seguir sem olhar para trás, não tem que ser «estou a C@#@% para o que os outros pensam».
é seguir, apesar disso.
e é, sobretudo, escolher. escolher os que importam, escolher quem ouvimos, com quem partilhamos o que sentimos e pensamos.
porque haverão vozes dissonantes que nos amam e que, mesmo em desacordo, seguem lado a lado, ombro a ombro.
ou, ficando onde partimos, abençoam a nossa jornada, sorriem à nossa lembrança, anseiam pelo nosso sucesso... mesmo não o compreendendo, não o vivendo, não o partilhando.
«eu estou a C@#@% para o que os outros pensam!?»
NÃO, não estou.
NÃO, não estás [não acredito que estejas].
não podemos estar.
não consigo estar a C@#@% para o que TODOS os outros pensam.
também não posso, nem quero, lidar com o que TODOS pensam.
resta-me escolher bem de quem importa o seu pensar, o seu sentir.
destes [dos que me interessa o seu pensar, o seu sentir], acabei por aprender:
o importante é dar-lhes a conhecer o que vai no meu coração e na minha cabeça. sem esperar que concordem, sem tentar convencer, sem procurar unanimidade.
desses [dos que me interessa o seu pensar e o seu sentir], quero receber o que vai no seu coração e na sua cabeça. sem me forçar a concordar, sem me tentar convencer, sem procurar agradar.
no final, ficamos dois, [quase sempre] dissonantes no querer e no decidir, mas abraçados na autenticidade e intimidade de nos conhecermos um pouco mais, um pouco melhor.
a partilha, a conversa [às vezes, a discussão], não tem que servir para um acordo. a maioria das vezes, serviu o conhecimento e a entrega, serviu um dar-me a conhecer e ficar a conhecer
e cada um continuou a sentir o que sentia, a pensar o que pensava
e, aí, ficávamos nós: tão próximos, embora tão distantes; colados na confiança, desamarrados da persuasão
NÃO, isto não é para todos
é para alguns, poucos, especiais e fundamentais na minha vida. com esses, não posso, nem quero, estar a C@#@% para o que pensam. mas não lhes peço [nem preciso] unanimidade
para os outros, os muitos, e bons, que completam a minha vida e a paisagem da minha existência, que alegram os dias e mostram caminhos, que tocam o meu ser,
para esses, também não me estou a C@#@% e desejo, secreta mas suavemente, que compreendam, que aceitem, que não julguem, que fiquem. se for essa a sua vontade.
depois há aqueles, para quem me estou, verdadeira e totalmente, a C@#@% para o que pensam. a esses, não há nada a dedicar [nem tempo, nem energia, nem pensamento, nem sentir], nada a partilhar.
identificar claramente «os que me interessam o sentir e o pensar» tem sido o caminho para a paz. comigo e com os outros.
«Não quero saber o que os outros pensam»
totalmente impossível,
verdadeiramente necessário
sempre que tomamos decisões e empreendemos mudanças, não temos unanimidade. nunca teremos.
resta, escolher. escolher os que importam, escolher quem ouvimos, com quem partilhamos o que sentimos e pensamos.
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